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sexta-feira, 22 de julho de 2011

Gays em novelas: Censura ou público imaturo para a discussão?



 Dizem por aí que teledramaturgia, em geral, tem como uma de suas missões abrir a discussão sobre questões polêmicas, quebrar preconceitos e falar sobre tabus. Beijo entre um homem e uma mulher aconteceu, fez sucesso e hoje é totalmente aceito. O nu também foi uma grande etapa a ser ultrapassada, e é colocado no ar atualmente como nunca e encarado de forma normal pelos telespectadores. Mas há uma coisa que ainda não é discutida nas telinhas. Sim, voltamos para o ponto do beijo gay.
Depois de um tempo sem tocar no assunto profundamente, e evitar imagens mais íntimas entre personagens do mesmo sexo, a TV brasileira resolveu abordar a temática homossexual com mais força este ano. Atualmente, o Brasil acompanha duas novelas que abordam – ou abordavam até esta semana – o mundo gay: “Insensato Coração”, da Globo, e “Amor & Revolução”, do SBT.
Desde seu início, a novela global contou a história de três personagens gays: Eduardo (Rodrigo Andrade), Roni (Leonardo Miggiorin) e, por último, Hugo (Marcos Damigo). Nas últimas semanas, o público pôde ver uma maior aproximação entre Edu e Hugo e cenas que induzem o telespectador a pensar que os namorados passaram a noite juntos e se beijaram na boca. Mas o beijo, o abraço, o sexo não são mostrados em cena.
Em “Amor & Revolução”, a história chega a ser parecida, mas há um diferença que vale registrar. O romance de duas mulheres, Marcela (Luciana Vendramini) e Marina (Giselle Tigre), já foi bem exposto e até rolou beijo na boca em horário nobre da TV brasileira. A sequência, no dia que foi exibida, ficou entre os assuntos mais falados nas redes sociais.
Porém, no início desta semana, a Rede Globo determinou que a história dos homossexuais Eduardo e Hugo “fosse completamente esfriada no folhetim”. Além disso, segundo o jornal "Folha de S.Paulo", a emissora pediu silêncio aos autores e atores, para que não levantassem nenhuma bandeira relacionada ao assunto  homossexualidade.
O mesmo jornal publicou uma matéria em que contava que o SBT também pediu para os atores “baixarem a bola” quando o assunto for o relacionamento entre as gays Marcela e Marina. Além disso, a novela “Amor & Revolução” já teve algumas cenas de uma aproximação maior entre as personagens vetadas pela emissora.

2 comentários:

  1. VALE LEMBRAR QUE A PROPRIA EMISSORAS, TEM PROGRAMA COM PRECONCEITO SOB O ASSUNTO.
    NESTA QUINTA NA GRANDE FAMILIA HOUVE UMA DISCRIMINAÇAO NA GRANDE FAMILIA.
    BOM ACHO SE A EMISSORA NAO CONCORDA COM O ASSUNTO NAO LEVE AO AR ENTAO!!
    by
    VINY

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  2. Há quem diga que a televisão é um meio de comunicação que atinge todos os públicos, independente de sua cor, sexo, classe social ou orientação sexual. Porém, vale destacar que o relacionamento homoafetivo não é necessariamente mostrado como realmente é.

    Em tempos de lei de reconhecimento legal da união homoafetiva sendo aprovada no país, será que o público está preparado para encarar cenas de beijo, nudez e até sexo entre pessoas do mesmo sexo? Ou, na verdade, são as emissoras de TV que não querem arriscar seus valiosos números de audiência colocando no ar o que pode não agradar muita gente? Será uma auto-censura?

    O Famosidades conversou com Rodrigo Andrade, ator que dá vida a Eduardo na novela “Insensato Coração”. Além de ter um namorado (Hugo, vivido por Marcos Damigo), o personagem estava em intenso conflito com sua mãe, Sueli (Louise Cardoso), que sofreu assim que soube da orientação sexual do filho.

    Questionado se essa não seria a hora de arriscar e colocar no ar cenas mais quentes de Eduardo e Hugo, como nudez, o ator se mostrou esperançoso. “A Globo tem um grande padrão de qualidade. Ela tenta fazer uma imagem que não vai agredir. Cena de homens nus vai chocar. A gente já está no crescente. Uma hora isso vai rolar, sim, do mesmo jeito que rola cenas de sexo entre homem e mulher... Mas vai levar um tempo para ser uma coisa natural”, disse.

    Rodrigo também comentou que é favor do beijo gay na novela, mas ponderou: “Eu faria, mas não acho necessário. Porque a história entre Eduardo e Hugo já está muito bem contada. É uma história de amor. Não são dois adolescentes. Eles se amam, se apaixonaram. Igual um homem se apaixona por uma mulher. Quando a gente se apaixona por homem e mulher, a gente vai atrás, chora, briga. Acho que o beijo é um símbolo importante de carinho, atenção. Um beijo fala mais do que mil palavras. Se rolasse beijo seria legal. A sociedade precisa parar de ver isso como uma coisa absurda. Acho uma bobagem essa polêmica [de beijos gays em novela]. Se rolasse, acho que conseguiria mostrar para a sociedade que é normal e que não vai machucar ninguém. Acho um pouco difícil. Mas se não rolar, não vou me sentir frustrado”.

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